Mais de 8 décadas não é pra qualquer um.

Uma das minhas primeiras memórias de infância é que pedi pra morar com meus avós assim que entrei na aula, lá em 88. Isso já denota o quão próxima é minha relação com eles,durante essas quase 3 décadas que tenho ,sou conhecido como o neto da Dona Cecília pela velha guarda da minha cidade e assim vai ser pra sempre. É uma sensação única crescer praticamente com duas mães e dois pais,lembro de ver desenho animado em preto e branco na casa dos meus avós, pois assim era a TV deles, lembro salivando da chimia que minha vó fazia, de mingal de maisena, de pão massinha, dela tirar a espinha do peixe pra gente,do sofá vermelho na sala, de fazer cabanas com cobertor pra brincar, do fogão a lenha, da varanda de chão vermelho, do carrinho de madeira que ganhei quando minha vó esteve em Paquetá,da mesa azul da cozinha, do jogo de cozinha do mesmo tom azul,dos acolchoados floridos, do azuleijo de flores rosas do banheiro, da parte de trás de casa, cheia de antúrios, da horta caprixada,coisas que não voltam mais e ficaram eternamente gravados na minha mente.

Esses últimos anos foram marcados pela saúde debilitada da vó, ora pior, ora melhor e nos deixava apreensivos sempre.Pois, hoje 20 de junho ela comemora outro aniversário junto da gente. mais de 80 anos prestados a ajudar o próximo sempre, sem horario,sem exitar, apenas com o sentimento de fraternidade latente no coração.Tenho muito orgulho de fazer parte dessa família, desse jeito.

Parabéns vó, quero muito, muito mesmo poder ver esses cabelos prateados pelo tempo ainda.

Beijo  - de um neto que sabe sem contestar o que é se sentir amado pela avó.